De quem é a imagem, de quem é a semelhança?
De quem é a imagem, de
quem é a semelhança?
Salmo 135
Os ídolos das nações não passam de prata e ouro, feitos por
mãos humanas. Têm boca, mas não podem falar, olhos, mas não podem ver; têm ouvidos, mas não podem escutar, nem há respiração em sua
boca. Tornem-se como eles aqueles que os fazem e todos os que neles
confiam.
(v.15-18)
O Salmo 135 é mais um convite
para louvar e engrandecer a YaHWeH, como vários outros salmos, mas este por
dois motivos distintos: Primeiro pelo tipo de Deus que se revela e age descrito
pelo autor, e segundo, porque os povos do mundo todo têm também seus deuses,
porém, sem voz e inertes.
O Deus de Israel é diferente de
qualquer outro porque Ele agiu na História com grandes demonstrações de poder,
porque criou tudo o que existe nos céus e na terra, porque livrou o seu povo do
Egito, derrotou reis e estabeleceu a nova nação no lugar que escolheu. Por
isso, e se não houvessem mais motivos, Ele deveria ser louvado sempre. Mas não
para por aí.
Ele deve ser louvado porque os
outros deuses não são de fato deuses ou divinos, são construções da imaginação
e das mãos dos seres humanos (v.15), e, portanto, não têm vida em si mesmos.
São imagens que nasceram a partir da mente humana e, também por isso, são
parecidos com os seres humanos. Há, nos versos destacados acima, a descrição
deles e uma sentença contra os que os fazem e contra os que confiam nestas imagens.
Estes deuses-humanos, criados a
partir da imaginação dos seres humanos, possuem as mesmas características
humanas físicas, como boca, olhos e ouvidos, mas são apenas coisas inanimadas,
que, sem vida, não podem dar respostas efetivas aos que pedem auxílio a eles. Além
disso, são cobertos com pinturas e materiais valiosos para dar a aparência de
beleza, mas é somente uma beleza morta.
Por fim, a sentença para os que as
constroem e confiam nestas imagens sem vida é a identificação total com elas,
ou seja, as pessoas se tornam a imagem das próprias imagens que construíram. Em
outras palavras, os que acreditam nelas, se tornam espiritualmente cegos, mudos
e surdos para o Deus verdadeiro. As imagens frias e sem vida passam a ter um
instrumento legítimo de expressão neste mundo, e isto significa que as pessoas
perdem sua própria identidade e a substituem pela devoção ao que criaram.
Por isso Deus deve ser louvado,
porque em nada Ele se parece com as construções da imaginação humana, não pode
ser representado por imagem alguma, é vivo e poderoso, age na história e em
nossas vidas e é Ele quem a todos dá a vida e o sustento. Quando estas pessoas
atribuem aos seus deuses ou às suas imagens amor e gratidão, pensando que elas
lhes responderam as petições, estão ignorando a bondade e a misericórdia de
Deus que lhes mantém vivos e desde sempre deu aos homens o devido sustento.
Assim é dito do Deus verdadeiro:
O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do
céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; Nem tampouco é
servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele
mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; E de um só
sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra,
determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;
Atos 17.24-26
A pior consequência que pode acontecer aos que estão
no caminho da idolatria, da construção e da confiança nas imagens e no que simbolicamente
representam é o triste fato de que o ser humano, criado à imagem e semelhança
de Deus, ao perder essa imagem divina, criou para si sua própria imagem e
semelhança, ou seja, os ídolos e as imagens, com a finalidade de servi-los,
pensando estar aproximando-se de Deus, quando na verdade, isso é a maior
demonstração de seu distanciamento. É uma queda e tanto!
Por isso somos todos convidados a louvar e a exaltar o
verdadeiro Deus que não é um produto da mente humana, mas o Designer do homem e do universo.
Carlos
Carvaho, Bp.
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